Curso de identificação Botânica é realizado em parceria com o Jardim Botânico de Nova York

Curso de identificação Botânica é realizado em parceria com o Jardim Botânico de Nova York

Identificar as espécies amazônicas de interesse econômico para o manejo florestal é o tema do primeiro curso sobre Botânica realizado pela  Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá-ASMOREX, pelo Jardim Botânico de Nova York  e  Universidade Federal de Rondônia com apoio do Centro de Estudos Rioterra e Biofílica, como parte das ações de conservação da biodiversidade do projeto de REDD+ Carbono Resex Rio Preto Jacundá . A iniciativa busca aprimorar o conhecimento sobre o assunto entre estudantes, técnicos de instituições públicas e privadas envolvidos com o manejo Florestal no Estado, e seringueiros e moradores da comunidade da Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá, unidade de conservação estadual localizada nos municípios de Cujubim e Machadinho D’Oeste, onde o curso é ministrado. De 29 de novembro a 6 de dezembro, em aulas teóricas e práticas dentro da floresta, os participantes aprofundaram seus conhecimentos sobre a prática em sistemas, métodos e técnicas para identificação, coleta, processamento e descrição de amostras botânicas. Os conhecimentos capacitam os profissionais para atuarem em empreendimentos florestais (concessionárias, associações, propriedades produtivas), atividades de identificação e levantamento da flora amazônica, na execução de projetos florestais, agroflorestais, de manejo e de exploração florestal. Áreas do setor florestal que, segundo Alexis Bastos, coordenador de projetos do CES Rioterra, são promissores e carentes de profissionais capacitados. “Um dos maiores desafios para o setor florestal na região Amazônica tem sido a identificação correta das espécies para a condução do manejo florestal de forma adequada. Há falta de  profissionais capacitados que possam indicar com precisão as espécies de uma área”, comenta.   Botânica: conhecimento estratégico Segundo Bastos, o conhecimento sobre botânica está na base de todas as ações de conservação e restauração florestal. Identificar corretamente as espécies é o primeiro passo para o sucesso de projetos de restauração e de manejo para exploração econômica com foco na conservação de uma área de floresta. “Ainda há muitos erros. Madeiras estão sendo transportadas com outro nome, sementes sendo extraídas como sendo de uma espécie e não são. As pessoas começam a trabalhar com determinadas árvores com expectativas que acabam não se concretizando, pois as espécies que ele esperava trabalhar não são exatamente as que ele recebeu e está manejando. Como resultado, podemos ter processos ineficientes de restauração florestal”, detalha.  Mercado promissor Quando se pensa no desenvolvimento da Amazônia com foco na conservação da floresta por meio do manejo sustentável de áreas com aptidão econômica, há vários mercados em expansão no setor florestal, como o de carbono, madeireiro, extrativista e plantio de agroflorestas. E capacitar identificadores de espécies amazônicas também tem impacto nas possibilidades de trabalho e geração de renda, abrindo caminhos para os profissionais qualificados terem maior valorização e inserção nos projetos desenvolvidos na Amazônia. Para o biólogo Flávio Obermuller, doutor em Ecologia e coordenador do projeto “Comunidades Tradicionais como Parceiros Centrais na Conservação e Gestão Sustentável das Florestas Amazônicas” do Jardim Botânico de Nova York, a iniciativa é essencial para o sucesso de práticas de restauração florestal. “Como restaurar uma área sem conhecer as plantas que ocorriam nela antes de ser degradada? É fundamental capacitar o máximo de pessoas, principalmente as que vivem na floresta e estão envolvidas em ações do setor florestal. Para que sejam nossos aliados no processo de identificação, monitoramento e correto manejo sustentável das florestas”. Obermuller lembra também que esta é a primeira de muitas atividades a serem desenvolvidas ao longo dos próximos seis anos nesta parceria entre o Jardim Botânico de Nova York e o Centro de Estudos Rioterra. “A multiplicação desses conhecimentos é importante para conseguirmos atingir essa conservação e sustentabilidade que tanto se fala. São 3 pilares que devem andar juntos: sustentabilidade econômica, social e ambiental. E o projeto de manejo florestal iniciado há 20 anos na Comunidade Extrativistas da Resex Rio Preto Jacundá é exemplo de que é possível buscar recursos e se desenvolver conservando o ambiente”, acrescenta.

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