CAPACITAÇÃO PARA INDÍGENAS

CAPACITAÇÃO PARA INDÍGENAS

Técnico do Centro de Estudos Rioterra ministra oficina sobre SIG para brigadistas dos povos Indígenas Tenharim e Parintintim

Brigadistas indígenas do povo Tenharim e do povo Parintintim participaram na última semana de uma oficina sobre Sistema de Informação Geográfica (SIG) ministrada pelo geógrafo Felipe Ulchoa, coordenador de Extensão Rural do Centro de Estudos Rioterra.

A iniciativa da Operação Amazônia Nativa, organização indigenista com ações voltadas ao fortalecimento do protagonismo indígena no Brasil, busca capacitar os brigadistas sobre usos avançados da ferramenta de GPS, sensoriamento remoto e aplicação dos sistemas de informações geográficas na elaboração de mapas, manipulação e edição de dados vetoriais e matriciais e pilotagem de aeronaves remotas (drones).

Esses conhecimentos são essenciais no desenvolvimento de ações de mapeamento de focos de incêndio e no planejamento de estratégias de combate ao fogo e poderão ser utilizados, por exemplo, no mapeamento de vias de acesso e fontes de água para aplacar os focos durante emergências nas regiões que o mapeamento apontar focos de calor.

Localizadas no Sul do Amazonas, essas Terras Indígenas estão na região conhecida como arco do desmatamento e entre as mais expostas a pressões ambientais e ao fogo.

Em breve, terá início o período de seca na região Amazônica, quando os focos de calor se intensificam degradando parte do bioma amazônico. Por isso, os conhecimentos partilhados na capacitação serão tão úteis.

Ulchoa pontua que o conteúdo é complexo e envolve diversas plataformas de dados, porém, com a utilização das ferramentas na rotina de trabalho, os conhecimentos podem ser rapidamente absorvidos.  “Eles vão ter que praticar bastante. Após o curso, já estarão aptos para usar as ferramentas, mas é importante manter a prática, no dia a dia, na gestão territorial das terras indígenas”, comentou Felipe.

“Mesmo com todo preparo teórico e prático, houve aumento do número de focos de calor nos últimos três anos. Está cada vez mais complexo estabelecer estratégias de prevenção e combate aos incêndios. Por isso, é preciso cooperar para a qualificação técnica e tecnológica da brigada Tenharim. Essa ação contribui para a proteção do território Kagwahiwa e áreas vizinhas”, afirma Magno dos Santos, indigenista da OPAN. 

As aulas foram realizadas de 23/03 a 01/04 na Aldeia Vila Nova, na Terra Indígena Tenharim/Marmelos como parte do projeto “Fortalecendo brigadas indígenas para o manejo florestal e prevenção de fogos no Mato Grosso e Amazonas”, apoiado pelo Serviço Florestal Americano (USFS).

Sistema de Informação Geográfica (SIG)

É um conjunto de programas de computador e banco de dados operado por pessoas treinadas a coletar, armazenar e processar informações georreferenciadas, que podem ser de extrema importância no planejamento de ações para prevenção e combate a incêndios nas florestas.O compartilhamento de dados e conhecimentos práticos e teóricos sobre tecnologias de georreferenciamento com órgãos públicos e organizações do Terceiro Setor são ações que fazem parte do Plantar Rondônia , projeto realizado pelo Centro de Estudos Rioterra em cooperação com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Rondônia (FETAGRO),  parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM) e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) através do Fundo Amazônia.

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